quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

GOVERNO ELETRÔNICO E EXCLUSÃO DIGITAL


          A modernização e a informatização trouxeram a globalização e o governo digital ou eletrônico. Com todas estas transformações, os governos tornaram-se mais transparentes e eficientes, visando atender as novas legislações e as exigências da sociedade. O governo eletrônico foi criado com o objetivo principal da inclusão digital da sociedade e da Administração pública. Esta transformação visa o aumento da transparência e da eficiência, buscando incentivar o interesse e a participação popular nos assuntos governamentais. A utilização da Tecnologia da Informação e Comunicação torna possível englobar vários atores no mesmo universo, tais como: governo, empresas, cidadãos e investidores. Esta junção é importante para a democracia, trazendo credibilidade nos atos do governo, participação das empresas, acompanhamento da sociedade e transparência nos processos administrativos. O governo eletrônico é responsável pela melhor utilização dos recursos orçamentários, acarretando na diminuição dos gastos públicos e divulgação nos portais eletrônicos em tempo integral, permitindo o controle à sociedade. Hoje, o governo tornou-se democrático, possibilitando o acesso às informações e disponibilizando todos os atos praticados. Infelizmente, comprovado através de pesquisas, o acesso as informações não estão sendo utilizados por todos. O governo eletrônico não está conseguindo atingir toda a população. Apesar de grandes investimentos, existem diversos obstáculos a serem vencidos. Existem duas realidades negativas: A cultura dos cidadãos de gerações que não nasceram na era digital e as dificuldades em levar a tecnologia aos locais mais distantes.

Palavras Chave: Governo eletrônico, TICs, exclusão digital e Internet.

1. INTRODUÇÃO:
Na década de 90, o Brasil inaugurou a trajetória da ação político-governamental em ambiente digital. No final desta década, o governo Fernando Henrique Cardoso criou uma política de governo eletrônico para o País, com bases neoliberais de reforma do Estado e atendimento aos cidadãos como clientes. A partir do ano 2000, novas diretrizes foram traçadas com infraestrutura mais avançada. Neste período foi disponibilizada na web a declaração de imposto de renda, compras públicas e benefícios da Previdência.
Em 2003, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva deu continuidade ao governo eletrônico, com ênfase a inclusão social e democratização do acesso aos benefícios da tecnologia para as classes menos favorecidas. Foi neste governo que os cidadãos tiveram seus direitos reconhecidos e contemplados pela política do governo eletrônico.
O governo eletrônico surgiu com o uso da tecnologia através da internet, objetivando a inserção do cidadão nos atos governamentais, buscando a transparência, a economicidade, a eficiência e a eficácia da Administração Pública. Sua atuação é de governo para governo, através de atuações entre as esferas governamentais; governo para as empresas, por negócios entre o setor público e o setor privado; e governo para cidadãos, com a participação da sociedade na gestão pública.
A votação eletrônica é um exemplo de sucesso no governo eletrônico, pois é uma ação de reconhecimento mundial.
A compra pública via internet é outra atuação da governança eletrônica, que proporciona transparência nas contratações, maior divulgação, ampliação da disputa entre os fornecedores, aumento da economicidade e celeridade nos processos licitatórios.
A Lei 10.520/02 instituiu o pregão como nova modalidade de licitação. Esta forma de contratar com a Administração Pública é muito mais rápida, econômica e transparente. O pregão pode ser realizado de maneira presencial ou eletrônica, através da internet. Ele difere totalmente das formar de licitar contidas na Lei Federal n° 8.666/93.
            A criação do pregão, principalmente na sua forma eletrônica, proporcionou ao governo eletrônico, um cominho sem volta, rumo às inovações tecnológicas com a nova forma de gestão gerencial.
O governo está cada vez mais eficiente em suas ações utilizando a Tecnologia da Informação e Comunicação. Uma das maiores inovações do governo eletrônico foi a utilização da internet nas contratações públicas, através da modalidade de licitação Pregão Eletrônico.                                                           
Os atos governamentais estão cada vez mais transparentes e eficientes, introduzidos na inclusão digital.
O novo modelo de gestão pública se utilizou da Tecnologia de Informação e Comunicação para evoluir, transformando-se no governo eletrônico, com o objetivo de resgatar o papel do poder público.
O governo eletrônico proporciona a ligação entre o governo e cidadão, através da transparência, da prestação de serviços com mais transparência, da eficiência, da melhoria dos serviços públicos e a ligação entre os governos.

Diante do exposto, configura-se a seguinte problemática: A exclusão digital é uma forte interferência negativa na evolução do governo eletrônico?

A Organização das Nações Unidas pesquisa regularmente os governos eletrônicos dos países do mundo com o objetivo de definir o potencial das TICs para melhoria do acesso e da qualidade dos serviços aos cidadãos, visando o desenvolvimento humano sustentável.

2. Geração anterior a era digital
Infelizmente, não possuímos uma cultura participativa devido aos vinte e um anos de estado autoritário, de 1964 a 1985. Por este motivo, torna-se difícil a participação da sociedade nos atos governamentais.
A tecnologia se desenvolveu muito em duas décadas. Apesar de todo investimento nesta transformação, para que alcance a democracia desejada, será necessário a implantação de uma nova cultura na sociedade.
As pessoas nascidas antes do desenvolvimento das TICs, comprovadamente através de pesquisas, não gostam ou não querem fazer parte deste novo mundo digital.
A interação governo cidadão é muito baixa, apesar dos investimentos do governo Federal. Apenas 22% da população acessa o governo eletrônico. 
Faz-se necessário um grande investimento e novos projetos para tornar possível a redução da exclusão digital. Estes estudos devem ser realizados em prol da conscientização da participação do cidadão nos atos governamentais de forma eletrônica.

 3. Exclusão digital
Os gestores públicos enfrentam a exclusão digital, que é um grande desafio que surgiu com o avanço do governo eletrônico. A evolução das TICs e da internet ainda não alcançou grande parte da população de todo o país. As camadas de baixo poder aquisitivo e os habitantes das áreas rurais, que não estão conectados, são os excluídos digitais.
      A responsabilidade da inclusão digital é da Administração pública, promovendo projetos de incentivos e conhecimento para fomentar a utilização do governo eletrônico.

4. Considerações finais
A partir da década de 90, iniciou-se o uso de novas tecnologias da Informação e Comunicação na gestão governamental. Com esta inovação, nosso país passou por uma transformação de estrutura burocrática para gestão gerencial. Com a nova forma de governar, o suporte digital tornou-se uma importante ferramenta na elaboração de políticas públicas, visando atender as necessidades da sociedade, conforme preceitua a Constituição Federal de 1988.
            A Tecnologia da Informação e Comunicação teve um crescimento altíssimo nesses últimos anos. Esta evolução possibilita a transformação da vida do cidadão. Com a utilização das TIC, o setor público intitulou-se governo eletrônico ou e-gov. Os governos criaram portais eletrônicos para disponibilizarem informações e serviços à sociedade.
            O governo eletrônico leva informações à sociedade e disponibiliza os serviços través da internet, proporcionando maior eficiência e transparência, buscando a construção de um país mais participativo e democrático.
            Realmente, as TICs tem um papel fundamental na democracia, porém é necessário que haja definição política no sentido de participação popular e da transparência. Desta forma, é importante a atuação e a intenção verdadeira dos governantes.
            O e-gov criou um panorama de modificações na forma de administrar as atividades governamentais, com uma gestão no foco gerencial, tendo a visão do cidadão como um cliente do Estado.
            O cenário atual da administração pública brasileira tem se caracterizado pelo forte empenho em resgatar o papel do poder público para a construção de um novo modelo de gestão pública. A adoção estratégica e intensiva das tecnologias de informação e comunicação (TICs) como elemento viabilizador de um novo modelo de gestão pública evoluiu para o que é hoje chamado de governo eletrônico.
            O governo eletrônico está evoluindo cada vez mais no Brasil. A atuação digital entre governo empresa alcançou um percentual de 89%. Este índice é muito importante para aumentar a eficiência da máquina pública.
            Existem duas vertentes de opiniões a respeito da internet. Para alguns, a internet e as TICs são grandes potenciais de transformação, porém suas possibilidades são desenvolvidas conforme o interesse das forças do poder dominante. Para outros, a internet é um facilitador para a participação da sociedade no governo e no exercício o controle social, pois esta participação independe do uso da tecnologia.
Apesar da forte aceleração nas transformações das TICs, é necessário que os cidadãos entendam, utilizem e participem do governo eletrônico para fortalecer e concretizar sua existência em busca da democracia, transparência dos atos públicos e atendimento à sociedade.
Com o avanço da Tecnologia de Informação e Comunicação os governantes estão cada vez mais investindo no governo eletrônico. Hoje, existe a conscientização da importância da inclusão digital.  Em resposta à problemática deste artigo, entende-se que não adianta a evolução e transformação das TICs utilizada nos e-gov se não houver a participação da sociedade.  A transparência absoluta, o atendimento as necessidades do cidadão, a participação da população nos atos governamentais, os serviços públicos prestados e outros benefícios trazidos pelo governo eletrônico só serão alcançados com o envolvimento de todos.

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