sexta-feira, 12 de abril de 2013

Necessidade de mais transparência nas Agências Reguladoras


             As agências reguladoras são autarquias especiais, pertencentes à Administração Indireta, com personalidade jurídica de Direito Público, sem relativas subordinações aos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). As autarquias regulaoras são independentes e autônimas, regulam e controlam os setores de atividades de interesse público.

            Seus gestores possuem estabilidade. São investidos de mandatos com tempo determinado, escolhidos pelo Presidente da República e aprovados pelo Senado Federal, sendo permitica uma recondução e proibida demissão imotivada.

            Conforme a Constituição de 1988, o Congresso Nacional é quem detem atribuição de definir o modelo regulatório das agências e o Poder Executivo é quem fixa sua política do modelo de intervenção direta.

            As agências reguladoras atuam no centro de um triângulo de interesses contendo em cada ponta o governo, a concessionária e a sociedade, objetivando atingir um ponto de equilíbrio entre as partes, atendendo aos interesses públic e assumindo o papel do Estado regulador.

            As agências possuem autonomia administrativa, financeira e patrimonial. Esse assunto é muito polêmico, principalmente após a declaração do ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que “tercerizaram o poder público no Brasil”. O governo enviou ao Legislativo o Projeto de Lei n° 3.337/04, derivado dos resultados oriundos de anteprojetos colocados em consulta pública, juntamente com emendas constitucionais, que tratam da gestão, organização e controle das agências reguladoras.

            Existe a obrigação do envio de relatórios anuais de suas atividades, das agências para o Ministério vinculado e ao Congresso Nacional. É importate destacar que a principal alteração já trazida pelo Projeto de Lei é colocar o Ministério como ator central no controle da agências, não incluindo a participação do Parlamento. Na realidade, existem grandes pressões exercidas pelos políticos e diversos grupos sobre o poder autônomo das agências, ocasionando conflitos de interesses.

            No final de 2012, a Polícia Federal, através da operação Porto Seguro, identificou um esquema de tráfico de influência envolvendo servidores da Agência Nacional de Aviação Civil e de Águas, prendendo dois diretores acusados de emitirem pareceres para favorecerem empresas. Esse acontecimento retomou a discussão sobre aumentar a transparências nos processos de decisões das agências. Já foi aprovado pela Comissão de Fiscalização e Controle do Senado, que será encaminhado à Câmara dos Deputados, um projeto que determina ao TCU fazer auditorias nas agências com o objetivo de melhorar a fiscalização e qualidade dos serviços públicos prestados e avaliação de desempenho dos seus diretores.

            Trabalho no setor de licitações da Secretaria de Planejamento e Gestão. Após o término das licitações, elas são analisadas pelo controle interno do órgão e posteriormente enviadas ao Tribunal de Contas. Lembrando que são realisadas através da internet e todo o procedimento licitatório é público.

            Deve ser analisado e sugerido, através de um Projeto de Lei, uma maneira de transformar os atos das agências, de forma que sua transparência seja disponibilizada diretamente para a sociedade e os órgãos de controle, assim como acontecem com todos os órgãos pertencentes ao governo.

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